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Blog do Marcio Moraes

Casas de ópera de tirar o fôlego

Marcio Moraes

12/08/2015 17h26

Caro amigo,

Poucas formas de arte são capazes de transmitir tanta intensidade – sonora e dramática – quanto a ópera. Desde o século XVI, quando as primeiras representações eruditas preencheram palácios com sonoridade e grandeza, verdadeiros tesouros arquitetônicos ajudam a moldar o espetáculo clássico.

As casas de ópera são mais do que espaços acústicos onde tenores, sopranos ou barítonos se apresentam. Elas traduzem o nível de poder e riqueza de uma cidade e proporcionam a seus visitantes mais do que uma experiência teatral memorável. A seguir, uma seleção das Opera Houses que mais me impressionaram no mundo.

Bolshói (Moscou, Rússia)

O Teatro Bolshói, em Moscou, é uma das casas de ópera mais icônicas do mundo e atração imperdível para os amantes desta arte performática. Renovado várias vezes ao longo de sua história, que começou em 1790, o Bolshói passou por sua última bem-vinda reforma em 2011 quando, ironicamente, restaurou a acústica original do teatro. Menor do que muitas outras casas de ópera, oferece uma experiência intimista e única a seus espectadores. E para reforçar a tradição da música russa e cultivar o Bolshói como o Teatro Nacional Russo, compositores conterrâneos compõem cerca de 70% do repertório da casa.

www.bolshoi.ru

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Romanian Athenaeum (Bucareste, Romênia)

Uma das jóias arquitetônicas de Bucareste é o prédio neoclássico que abriga a Orquestra Filarmônica George Enescu. Difícil acreditar que tal monumento precisou da generosidade da população para ser erguido. Sob o lema "Dati um leu pentru Ateneu", ou seja, dê uma moeda para o Ateneu, a quantia necessária para construir o prédio foi alcançada ao longo de vinte anos.

Mas a espera não foi em vão. O interior do Romanian Athenaeum consegue impressionar mais do que sua imponente fachada de estilo grego. No hall de entrada, quatro escadas cercam as doze colunas de mármore de Carrara que, formando um círculo, sustentam a sala de concertos. E ali, onde o verdadeiro show toma sua forma, visitantes conseguem ter visão e audição excelentes de qualquer assento. Para completar, um afresco do pintor Costin Petrescu envolve a sala e evoca a história romena baseada em 25 contos do país.

www.fge.org.ro

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Sydney Opera House (Sydney, Austrália)

Em 1956, o governo australiano lançou um concurso aberto para a criação de um dos prédios mais ousados do mundo. O arquiteto dinamarquês JornUtzon venceu e levou seu projeto inspirado nos veleiros adiante e, 17 anos depois, a Sydney Opera House foi inaugurada. Ao contrário do que seu nome sugere, o local – que é também Patrimônio da Humanidade da Unesco – tem muito mais a oferecer do que concertos musicais. O espaço é estruturado com cinco salas de espetáculos, que somam três mil por ano, para uma audiência anual de dois milhões de pessoas. Além disso, restaurantes, bares e lojas espalhados pelo local completam o passeio. E, com sorte, os visitantes ainda podem acompanhar show ao ar livre no pátio externo da ópera.

www.sydneyoperahouse.com

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Palais Garnier (Paris, França)

A casa de ópera parisiense, construída em 1875, é provavelmente a mais famosa de todas por um simples motivo: foi o cenário da obra "O Fantasma da Ópera", do escritor francês Gaston Leroux.O Palais Garnier também é conhecido pelos afrescos do pintor Marc Chagall que enfeitam o teto do teatro, acompanhados por um imponente lustre de cristal e frisos de mármore detalhadamente ornamentados. E não é de se impressionar que a sua fachada, por si só, seja uma atração turística na Cidade Luz. O palco que comporta 450 artistas é adequado tanto para concertos de ópera quanto para apresentações de balé, feitas para até 1.979 espectadores, que tem a difícil tarefa de decidir entre admirar o espaço, apreciar o som ou acompanhar as cenas teatrais.

www.operadeparis.fr

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Teatro alla Scala (Milão, Itália)

Embora a remota origem da ópera encontre traços na Grécia Antiga, o espetáculo que conhecemos hoje surgiu na Itália, no século XVI. Dafne, de 1598, dos ítalos Jacopo Peri e Ottavio Rinuccini é reconhecida como a primeiríssima obra do gênero. Nada mais natural, portanto, que uma casa de ópera italiana esteja na lista das melhores do mundo. Porém, não apenas a tradição faz da casa dos compositores Rossini, Bellini e Verdi uma excelente opção. O canal côncavo sob o piso da orquestra confere ao La Scala a verdadeira perfeição acústica, enquanto seu salão, aconchegante, mas imponente, garante que o espetáculo seja completo. A mistura fina entre tradição antiga e excelência moderna está impregnada por todos os lados, que traduz o conceito de ópera como nenhuma outra: emoção e luxo.

www.teatroallascala.org

Espero que você tenha gostado das dicas de hoje.

Forte abraço!

SOBRE O BLOG

Para viajar sem sair de casa. O blog do Marcio Moraes apresenta lugares fascinantes para inspirar o imaginário do viajante. Por meio de dicas, o leitor viverá as melhores experiências dos destinos com restaurantes, hot spots e listas capazes de ampliar horizontes. Que tal entrar em contato com novas culturas e desbravar pelo mundo em um clique? Embarque nessa viagem!