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Blog do Marcio Moraes

Maglev: sobre quando andei no trem japonês que flutua

Marcio Moraes

29/08/2016 14h48

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Órfão pelo fim da Olimpíada e já pensando na próxima, lembrei com saudade de quando fiz um passeio pelo trem japonês flutuante Maglev, em Tóquio. Pensei em como é uma pena que não fique pronto a tempo dos jogos. A previsão é de abrir a primeira linha para serviço comercial, entre a capital e Nagoya, só em 2027, embora pesquisas têm sido feitas desde 1962 e os primeiros testes aconteceram em 1997. Mais tarde, esta linha será expandida para chegar até Osaka em um trajeto total de uma hora. A inauguração estava prevista para 2045, mas há planos para antecipar a data para 2037, segundo o site Japan Today.

Se você não sabe do que estou falando, tudo bem. O Maglev (Superconducing Maglev – SCMAGLEV) é um trem de sete vagões "descolado" de seus trilhos. O segredo da "mágica" está na física, no magnetismo: na base do vagão, ímãs supercondutores se atraem e repelem ao mesmo tempo, fazendo com que o trem levite a 10 centímetros de seus trilhos e se movimente em alta velocidade. Por isso o nome, uma versão encurtada de "levitação magnética". Esse tipo de eletroímã também conduz e mantém a energia elétrica mesmo depois que a fonte foi cortada, logo, a eletricidade é utilizada apenas para impulsionar e parar o trem.

Por não entrar em contato com o chão, não há atrito e nem impacto na viagem, então parecia que eu estava voando. A invenção, que vai ter capacidade para transportar cerca de 1.000 passageiros, parece um avião por dentro, com as mesmas janelas e poltronas apertadas da classe econômica.

Quando fui, há dois anos, a velocidade do trem chegava a 430 km/h, e ano passado ele bateu o próprio recorde, atingiu a marca de 603 km/h e entrou para o Guiness Book como o trem maglev mais rápido do mundo. Imagine só qual velocidade ele terá alcançado até 2027! Entretanto, a expectativa é que o trem circule em uma velocidade máxima de 500 km/h, o que conectaria Tóquio a Nagoya em apenas 40 minutos – a locomotiva convencional leva 88 minutos!

E é claro que uma invenção como essa já chamou atenção de investidores internacionais. A China já saiu na frente e lançou a primeira linha comercial de Maglev do mundo em março de 2004, mas ele percorre uma distância mais curta que o japonês, apenas 8 minutos de viagem entre Xangai e o Aeroporto Internacional de Pudong, e sua velocidade média é de 430 km/h.

Os Estados Unidos querem copiar o projeto e a ideia é ligar Washington DC e Nova York em uma viagem de apenas uma hora, mas a proposta ainda está em fase de análise. Seria mais rápido do que ir de avião, uma hora e meia de voo. Aqui no Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro construiu um protótipo com capacidade para 30 passageiros, que anda a 10km/h e está aberto ao público para viagens demonstrativas.

Segundo a UFRJ, além do Maglev ser uma opção sustentável por não emitir poluentes, também é uma alternativa mais barata de ser produzida do que o metrô, que custa de 100 a 300 milhões de reais por quilômetro construído, enquanto o trem flutuante custa 33 milhões de reais pelo mesmo trecho. Eles também usam energia solar para colocar o trem em movimento e para fazer a brecagem, deixando-o mais ecológico ainda.

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Para viajar sem sair de casa. O blog do Marcio Moraes apresenta lugares fascinantes para inspirar o imaginário do viajante. Por meio de dicas, o leitor viverá as melhores experiências dos destinos com restaurantes, hot spots e listas capazes de ampliar horizontes. Que tal entrar em contato com novas culturas e desbravar pelo mundo em um clique? Embarque nessa viagem!