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Marcos Pontes: entrevista com primeiro brasileiro que viajou para o espaço

Marcio Moraes

20/07/2016 11h00

Em 20 de julho de 1969, há exatamente 47 anos, o homem pisava na Lua. Para não deixar a data passar em branco, falei com um brasileiro que também se arriscou no espaço: Marcos Pontes.

Foto: NASA

Nascido em Bauru, no interior de São Paulo, Pontes foi o primeiro brasileiro a viajar para o espaço. Há 10 anos ele saiu em uma missão para a Estação Espacial Internacional e fez história. Depois de se aventurar em uma espaçonave, além de dar palestras pelo país, o astronauta também apostou na carreira de autor e publicou três livros, o É Possível, sobre acreditar nos próprios sonhos, Missão Cumprida, autobiográfico, e O Menino do Espaço, voltado para o público infantil. Marcos Pontes também abriu uma agência especializada em turismo de aventura, a Agência Pontes. Os roteiros incluem um voo no caça MIG-29, passeios de carro blindado de combate e até mesmo voos suborbitais.

Foto: Flávia de Quadros/indicefoto.com

Qual foi a parte mais difícil de se preparar para a viagem à Estação Espacial Internacional?

O curso de 2 anos para ser qualificado como astronauta profissional e o treinamento posterior são extremamente exigentes. Temos que conhecer a fundo todos os sistemas. Eu sou especialista de missão, isto é, minha responsabilidade no espaço é montar, desmontar, consertar, configurar e operar todos os sistemas das espaçonaves, além de ser as mãos e os olhos dos cientistas no espaço.

Quais pertences pessoais você levou na bagagem para o espaço?

Cada cosmonauta, por tradição, pode levar 1 kg de pertences pessoais. Levei fotos da família e alguns objetos pessoais e de instituições.

Quais foram os efeitos do espaço que você sentiu no seu corpo?

O corpo sente muito a microgravidade. Demora três dias para se adaptar. Temos náuseas, desorientação, dores de cabeça, coriza, arritmias cardíacas, alteração de padrões de urina e fezes, desidratação, radiação, alterações no sistema imunológico, nos sistemas hormonal e cardiovascular. Pode dar também osteoporose, degeneração celular, câimbras, aumento de pressão ocular, estresse, ansiedade, redução da memória de curta duração etc.

Qual foi a maior lição que você aprendeu na NASA?

Não só na NASA, mas em toda a minha trajetória de vida, meu maior aprendizado que eu tento levar para as pessoas é que nunca desistam de seus sonhos, mesmos quando eles parecem impossíveis de conquistar. Minha mãe, Dona Zuleika, uma vez me disse uma frase que até hoje eu utilizo na minha vida: "você pode ser o que quiser na vida, basta que estude bastante, trabalhe, persista e sempre faça mais do que esperam de você".

 E aqui na Terra, qual foi a viagem mais incrível que você já fez?

Oito dias do Fireball Run [competição televisionada de rally entre 40 equipes] pelos Estados Unidos em 2015.

Ver a Terra de longe fez com que você tivesse uma nova perspectiva em relação a viagens? Tem algum destino específico que você teve vontade de conhecer após a experiência?

Claro. Esse é um planeta único! Vemos muitas coisas lindas do espaço. Não sobra muito tempo de ter uma vida normal (com trabalho e horários) para ver tudo, mas gostaria de visitar Machu Picchu, no Peru.

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