O que acontece quando um passageiro morre em um cruzeiro?
Em uma de minhas viagens de cruzeiro, enquanto participava de um tour com o comandante, me deparei com uma espécie de mini funerária a bordo, até com freezer para guardar corpos. Achei muito curioso, fui atrás de mais informações e descobri que esta situação é mais frequente do que imaginamos, principalmente se considerarmos que navios são muito frequentados por idosos, por exemplo. De acordo com o site TravelReadyMD, isso acontece com cerca de 200 pessoas por ano no mundo todo.
Aqui no Brasil e em grande parte do mundo, as medidas a serem tomadas são regulamentadas pela The Cruise Lines International Association (CLIA), a maior associação de companhias marítimas com mais de 50 representantes em todos os continentes. Ela determina que todos os cruzeiros tenham uma funerária. Como explica o Cruise Critic, o guia de cruzeiros do TripAdvisor, esse espaço tem freezers, normalmente com capacidade para armazenar de três a seis corpos, para mantê-los conservados até o navio parar em uma das cidades do trajeto ou chegar a seu destino final.
Independente do itinerário, a regra é que o navio não pode alterar sua rota, pois prejudicaria os demais passageiros, explica Ilya Hirsch, proprietário da Qualitours Cruises & Tours, empresa que representa diversas companhias marítimas como a Royal Caribbean, Seadream e Um-Cruise. Então, o corpo só deve desembarcar na próxima parada.
Os procedimentos a serem feitos após a chegada em um porto dependem das regras de cada país. Dario Parazzoli, gerente de vendas e marketing da Costa Cruzeiros no Brasil, explica que o agente de porto da companhia marítima contata uma funerária local para dar o suporte adequado na retirada do corpo do navio e ajuda nas próximas etapas do transporte até a cidade do falecido. Por falta de infraestrutura adequada de algumas ilhas e vilarejos, como falta de hospitais e funerárias, por exemplo, alguns portos não autorizam a saída do finado do navio, como é o caso de algumas ilhas caribenhas, uma vez que ele deveria passar imediatamente por uma autópsia (providenciada também com a ajuda do agente de porto).
O regulamento disponibilizado pela CLIA também determina à companhia marítima ajudar a família com todo o processo burocrático. Em caso de cruzeiros internacionais, o Ministério das Relações Exteriores orienta os familiares a procurarem o consulado brasileiro para providenciar o atestado de óbito, com o laudo médico em mãos, e conseguir autorização para trazer o corpo de volta para ao país.
Uma curiosidade: quando há casos de falecimento em uma viagem de cruzeiro, os outros passageiros não ficam sabendo. O comandante costuma ocultar o acontecimento para não desanimar os demais viajantes. Entretanto, a companhia marítima disponibiliza uma equipe preparada para dar apoio emocional à família do falecido. Eles ajudam em tarefas como fazer as malas e entram em contato até mesmo após o retorno para checar se precisam de alguma ajuda.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.