Do funk ao maxixe: os melhores lugares para curtir a música brasileira
Vocês já devem ter sentido: a música tem o poder transformador de igualar, aproximar, unir. Através de tons, melodias e acordes, os sons falam uma língua universal e tocam qualquer um que estiver disposto a ouvir. A música é uma das mais importantes manifestações culturais brasileiras, e um dos meus prazeres é poder unir dois amores: viajar e escutar a cultura traduzida em notas. Veja a seguir estilos musicais e pontos no Brasil onde podemos aproveitá-los ao máximo.
1- Pedra do Sal (Rio de Janeiro): samba carioca
O Rio de Janeiro é destino de vanguarda artística, sem perder as influências de outros estados do país. Quando o samba carioca surgiu, no meio do século XIX, na Pedra do Sal – no revitalizado Porto Maravilha –, a cena musical da região apelidada de Pequena África incluía o forró, vindo dos Estados de Paraíba (PB) e Alagoas (AL), o carioca chorinho, com flauta, cavaquinho e violão, e danças quilombolas como a umbigada.
Até hoje, a Pedra do Sal é ponto de encontro de sambistas e boêmios, que enchem o espaço com o som de raiz toda segunda-feira. No gogó, o grupo Roda da Pedra anima a noite de turistas e jovens. Outras rodas interessantes são o Samba da Ouvidor, aos sábados, e a Roda de Samba Cacique de Ramos, que revelou nomes como Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra e Jorge Aragão. A festa acontece todos os domingos há mais de 50 anos no bairro Olaria.
2- Rio de Janeiro: bossa nova, maxixe e funk
Para além do samba, gafieira e chorinho, o Rio também é precursor de outros ritmos brasileiros:
Bossa Nova – Criado no fim dos anos 50 por grandes mestres da música brasileira, como João Gilberto, Vinícius de Moraes e Tom Jobim, o gênero musical vem do samba e do jazz. É visto como um ritmo sofisticado, aqui e mundo afora.
Maxixe – Considerado o tango brasileiro, o maxixe surgiu na belle epóque do País, influenciado tanto pela vinda da dança de salão europeia como pelas danças africanas, como a marrabenta, de Moçambique.
Funk – A mais moderna música carioca é o funk, ritmo que desceu dos morros para garantir espaço de honra nas melhores baladas do Rio de Janeiro – e do Brasil. A batida pesada é acompanhada de letras que promovem a ostentação e sexualidade como lifestyle.
3- Centro de São Paulo (São Paulo): Samba da Vela e Samba do Bule
O samba carioca é quase unanimidade no Brasil, mas dá para encontrar boas opções fora do Rio. É o caso do Samba da Vela, na capital paulista, que acontece toda segunda-feira e só termina quando a chama se apaga. Outra roda interessante é o Samba do Bule, no centro de São Paulo (SP). A entrada é gratuita, mas cada um pode contribuir colocando um valor dentro de um bule – por isso o nome. Vale lembrar que tanto o pagode quanto o samba-rock, dois gêneros paulistanos por natureza, são adaptações do samba carioca.
4- Recôncavo Baiano (Bahia): samba e axé
No Recôncavo, berço da primeira versão do ritmo, o samba de roda se tornou Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco. Porém, é pelo axé – uma mistura de forró, calipso, frevo, maracatu e reggae — que os baianos se manifestam de um jeito mais intenso. Durante o Carnaval na capital, o Camarote Salvador é o melhor lugar para curtir a folia – regada a drinques e algumas extravagâncias, como salão de beleza e lounge para massoterapia.
5- Alagoas, Sergipe, Ceará e Rio de Janeiro: forró
O forró é um gênero da dança de salão que poderia caracterizar a música brasileira. Os sons da sanfona, zabumba e triângulo estão enraizados no Nordeste, principalmente em Alagoas, Sergipe e Ceará. E podem ser encontrados em praticamente todo o território: de Exu (PE), cidade natal do mestre Luiz Gonzaga, a Brasília (DF), terra do rock nacional. Em Fortaleza (CE), o forró é um programa imperdível para quem quer se aprofundar na pulsante vida noturna da cidade.
O Arre Égua, por exemplo, funciona como restaurante, mas ferve às quartas e sextas-feiras com música ao vivo e pés de valsa no salão. Outro lugar bacana na capital cearense é o Centro Cultural Dragão do Mar, na praia de Iracema, onde charmosas casas coloniais abrigam bares e casas noturnas.
No Rio de Janeiro, há opções de forró a semana toda, literalmente. O Casadinho, em Laranjeiras, anima as noites de segunda-feira, enquanto o Forró da Lapa, a Quarta Democrática e o Forró Leviano dão sequência à farra dos dias úteis. No fim de semana, dá para dançar o arrasta-pé no Forró do Cais às sextas, e na Forrozada, aos sábados. E quem pensa que domingo é dia de descanso está enganado: o Centro Cultural Carioca fecha a semana musical com banda ao vivo e muita agitação.
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