10 melhores jardins do mundo para conhecer
Caro viajante,
a beleza de um jardim não se resume a flores e plantas bonitas. A escolha da flora é só um dos elementos dessa equação, e o resultado pode ser até uma vivência transformadora para quem o visita. Conhecer um jardim é conhecer mais profundamente um destino, perceber a importância da preservação ambiental, sentir e observar anos de história e cuidados, tocar uma cultura traduzida em natureza. Eu nunca deixo os jardins de fora dos meus roteiros, então fiz uma seleção dos 10 pontos no globo para onde vale a pena viajar e conhecer seus jardins.
1. Rikugi-en (Tóquio, Japão)
Rikugi-en, em uma área residencial no norte de Tóquio, é considerado um dos melhores jardins do período Edo (1603-1867), junto com o Koishikawa Korakuen, também na capital japonesa. Entre os séculos XVI e XVII, lordes feudais moraram nessa área, e Yanagisawa Yoshiyasu, um dos mais influentes, projetou esse jardim, que ficou pronto sete anos depois em 1695. Os 88 principais redutos do parque foram nomeados com base em locais famosos na China e no Japão, além de serem inspirados por referências históricas chinesas e da tradicional forma poética japonesa, waka.
9. Jardim Botânico Tropical Nong Nooch (Chonburi, Tailândia)
Visitar os 25 jardins temáticos de Nong Nooch é passeio para o dia todo na província de Chonburi, a 100 quilômetros sudoeste de Bangkok, e posso garantir que vale a pena. Padrões geométricos imitam Versalhes no modelo de inspiração francesa, enquanto o chamado Stone Henge recria as históricas rochas de uma das Sete Maravilhas do Mundo Medieval. Esculturas de animais e de corações, exposição de carros esportivos antigos e raros, mais de 300 espécies de cactos e mil variedades de palmeiras de todo o mundo fazem parte desta colcha de retalhos.
8. Jardins Květná e Podzámecká (Kroměříž, República Tcheca)
Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1998, os jardins do castelo de Kroměříž são considerados pelo órgão exemplos excepcionalmente completos e bem preservados do barroco europeu. Colunas, estufas históricas e labirinto de muros verdes mostram algumas das mais bonitas decorações de flores e estátuas da Europa. Fiquei impressionado com a simetria precisa dos 16 hectares de Květná — jardim de flores, em português — que foram projetados por arquitetos italianos têm esculturas de deuses gregos em suas margens e estufas com espécies tropicais e subtropicais de flores. Podzámecká significa jardim do castelo e originalmente era uma plantação de frutas, vegetais e flores. Ele abriga, em 64 hectares, lagos, pequenos edifícios românticos e 200 espécies raras de árvores do mundo todo.
7. Jardins de Butchart (Colúmbia Britânica, Canadá)
O jardim canadense de 22 hectares tem mais de 100 anos de história. Por volta de 1920, mais de 50 mil pessoas por ano visitavam o trabalho de Jennie Butchart, dona do terreno com o marido, Robert Pim Butchart. Por isso, o casal nomeou a propriedade Benvenuto, italiano para bem-vindo. A casa já foi atração turística com pista de boliche, piscina interna salgada, sala de bilhar e um órgão de tubos que toca sozinho. Atualmente o espaço tem restaurante, e alguns cômodos ainda são usados para entretenimento do quase um milhão de visitantes anuais.
6. Jardim Botânico Nacional Kirstenbosch (Cidade do Cabo, África do Sul)
A primeira vista impressiona de início com as encostas orientais da Table Mountain dominando a linha do horizonte da Cidade do Cabo. O Kirstenbosch foi o primeiro jardim botânico do mundo a se dedicar à flora indígena do próprio país. Aberto em 1913, tem como objetivo conservar e expor a rica e diversa natureza do sul da África, com mais de 7 mil variedades de toda a região, inclusive algumas raras e ameaçadas. O terreno de 36 hectares é parte de uma reserva protegida ainda maior, de 528 hectares, ambos declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2004.
5. Jardins de Claude Monet (Giverny, França)
Imortalizados em suas pinturas, os jardins do impressionista Claude Monet se dividem em dois. O Clos Normand é uma área de um hectare, já parte do terreno quando a família de Monet chegou, em 1883, a Giverny, a pouco mais de uma hora de Paris. Ele não gostava de jardins constritos e organizados, então casava as plantas com base em suas cores e as deixava crescer livremente. As curvas, assimetrias e a famosa ponte do Jardim das Águas são frutos da inspiração em jardins japoneses, cujas imagens Monet colecionava. As fotos que tirei dos Jardins de Claude Monet são tão belas que até parecem pinturas!
4. Las Pozas (San Luiz Potosí, México)
O único jardim surrealista do mundo foi montado no norte central do México pelo inglês Edward James, que comprou o terreno de uma fazenda de café nos arredores da cidade de Xilitla. Até a morte de James, em 1984, Las Pozas completou os quase 81 mil metros quadrados de floresta com 36 esculturas de influência gótica e egípcia. Colunas, castelos e casas por terminar, portas deslocadas e escadas que não levam a lugar algum se combinam à vegetação típica e dão um tom onírico e selvagem ao lugar.
3. Keukenhof (Lise, Holanda)
Quase 50 milhões de pessoas já visitaram Keukenhof desde sua abertura. São 800.000 pessoas só nos dois meses por ano em que o parque permanece aberto, e 75% delas vêm de outros países. Atualmente alimentam o jardim de 32 hectares 500 fornecedores de flores e 100 produtores de bulbos — caules, folhas e raízes modificados, geralmente numa estrutura redonda, como na cebola, na tulipa e nos lírios. Todos os anos o jardim é redesenhado para apresentar mostruários atualizados com as últimas tendências de jardinagem, de acordo com a vontade dos expositores.
2. Jardins do Palácio de Versalhes (Versalhes, França)
Os icônicos jardins do Palácio de Versalhes levaram 40 anos para serem finalizados, e os traços que lhe renderam a fama foram encomendados e atentamente acompanhados pelo rei Luís XIV a partir de 1661. Para ele, o jardim era tão importante quanto o palácio em si. O design foi mantido até hoje, e na época do reinado, flores de cores vibrantes eram constantemente plantadas e repostas. Os jardins são atravessados por quatro vias e dois grandes canteiros de água — estrategicamente posicionados para refletir a luz do sol e iluminar a Galeria dos Espelhos, no centro do palácio. Mais adiante, o Grande Canal, um lençol d'água de 1.670 metros que levou 11 anos para ser construído, foi palco de vários espetáculos náuticos. Mal vejo a hora de visitar Versalhes novamente!
1. Instituto Inhotim (Brumadinho, MG)
O Instituto Inhotim não é só o maior museu a céu aberto do mundo. O centro de arte contemporânea em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, é também um jardim botânico diferente, com flora apresentada em arranjo paisagístico e jardins temáticos. Ele também faz parte de uma área florestal remanescente de Cerrado e Mata Atlântica, os biomas mais ameaçados e ricos em biodiversidade do planeta. A área de 140 hectares combina 700 obras expostas a cerca de 5 mil espécies tropicais nativas e exóticas, algumas raras. Desse total, 42 hectares são só de jardins, projetados por Roberto Burle Marx, Luis Carlos Brasil Orsini e Pedro Nehring em diferentes épocas. O jardim mais bonito do mundo está aqui no Brasil!
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